O Brasil é conhecido por ser um dos países com a maior incidência de raios do mundo. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), são cerca de quase 80 milhões de descargas atmosféricas por ano em solo brasileiro.
O que pode ser feito para prevenir qualquer dano da ocorrência dessas descargas? É onde entra o SPDA (Sistema de Prevenção Contra Descargas Atmosféricas). Para entender como funciona e como escolher a melhor opção de proteção, continue lendo.
O que é SPDA?
O SPDA é um sistema especialmente pensado e desenvolvido para proteger qualquer construção ou instalação de descargas atmosféricas: instalações industriais, antenas, tubulações, prédios e residências.
O SPDA é um sistema neutralizador da descarga elétrica, captando a descarga e conduzindo a corrente diretamente para o solo, minimizando seu impacto e possibilidade de danos nas estruturas e para as pessoas que habitam ou trabalham na área.
Funções do SPDA
Este sistema possui duas funções:
Preventiva
Ele busca neutralizar a eletricidade formada naturalmente por atritos entre nuvens acima de edificações, assim evitando a formação de raios.
Corretiva
É o sistema instalado no ponto mais alto das estruturas e que ‘atrai’ a eletricidade para si.
Se uma descarga atmosférica acontecer, o caminho do SPDA será sua preferência, o que conduz a descarga diretamente ao solo, minimizando qualquer risco de acidente.
Composição do SPDA
O Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas possui três componentes indispensáveis para garantir máxima segurança.
1. Captores
É o dispositivo de contato direto do raio. É no captor que a descarga irá ‘tocar’, antes de ser conduzida a qualquer outro elemento do sistema.
Geralmente, os captores são instalados no topo, na parte mais alta de qualquer edificação ou estrutura.
Os captores mais tradicionais têm uma ponta metálica e são chamados de método de Franklin, em referência a Benjamin Franklin, que descobriu a presença de eletricidade na atmosfera.
2. Condutores
Como o nome sugere, após a ‘captação’ do raio, é o condutor que vai conduzir a descarga elétrica até o solo, onde será neutralizada e dissipada pelo terceiro elemento do sistema, a malha de aterramento.
Os condutores são compostos em sua maioria por cobre ou alumínio. Já existe o uso das próprias armações metálicas de pilares estruturais como condutores.
São chamados de “SPDA estrutural” e precisam ser previstos na etapa de desenvolvimento do projeto de edificação.
3. Malha de Aterramento
É o elemento do sistema que dissipa a energia para o solo, neutralizando sua força e impedindo danos oriundos da descarga elétrica.
A malha de aterramento é um componente que deve ser escolhido com muito cuidado, visto que leva em conta a qualidade do solo, como índices de umidade, resistividade, entre outros.
Além do sistema tradicional do SPDA, hoje já é possível contar com os chamados para-raios ionizantes, que protegem também áreas descobertas, contendo sensores eletrônicos especiais.
Contando com um SPDA dentro das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) através da NBR5419, é possível minimizar e evitar incêndios, explosões e todo dano material, de dispositivos eletrônicos e de comunicação, bem como preservar a integridade e a vida de pessoas e animais.
Tipos de SPDA
As funções do SPDA não mudam, mas os diferentes tipos proporcionam especificações que podem se adequar melhor a cada edificação, a partir de tamanho ou formato.
Alguns dos principais tipos estão listados logo abaixo.
SPDA com para-raio ionizante
A principal característica desse tipo de SPDA é a emissão antecipada de traçador ascendente, ou seja, o captor faz conexão com o raio antes mesmo que ele seja tocado, protegendo objetos dentro do diâmetro de alcance do sistema; isso significa que uma pequena estação ou construção dentro do perímetro também estaria coberta pela proteção.
SPDA pelo método de Gaiola de Faraday
É um sistema bastante utilizado no ramo industrial, visto que conta com a Teoria de Faraday, que diz que o campo elétrico dentro de uma gaiola é nulo, independente do valor da corrente que a atravessa.
O sistema de captores desse método é composto por condutores metálicos em forma de malha.
SPDA pelo método da Ponta Franklin
É o sistema mais tradicional e simples: o raio se forma naturalmente e é captado pelo para-raios, atraído pela ponta metálica que capta a descarga, a leva até os condutores, que conduzem até o solo.
SPDA pelo método de Esferas Rolantes
Nesse método, é feita uma simulação com uma esfera do tamanho da proteção desejada. Na simulação, a esfera rola pela parte de fora da edificação e descobre os pontos mais “suscetíveis” a uma descarga elétrica; é nestes pontos que serão instalados os captores.
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