Por ser o país com maior incidência de raios do mundo, o Brasil possui estudos aprofundados quando o assunto é descarga atmosférica.
Sendo assim, entre as variadas medidas aconselhadas por órgãos como a Defesa Civil e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), está o uso de para-raios em qualquer tipo de edificação.
Não só recomendação, o uso de SPDAs (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) é previsto por lei e regulamentado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em alguns locais específicos, como ambientes que ofereçam serviços públicos ou com grande capacidade de fluxo de pessoas.
O SPDA é popularmente conhecido como para-raios e para entender melhor seu funcionamento e importância, continue lendo.
O que é um para-raios?
O para-raios é um dispositivo de condução de descargas elétricas até o solo, onde são neutralizadas e evitam acidentes na superfície.
Consiste, geralmente, em uma haste metálica com pontas, feitas de metais como aço, alumínio ou cobre, que “captam” a descarga e conduzem a corrente.
A ponta metálica, quando carregada, gera um campo magnético que “atrai” o raio, permitindo a condução até o solo.
Tipos de para-raios
Existem três tipos diferentes de para-raios, sendo que somente dois são aprovados e usados no Brasil.
Para-raios de Franklin
É o modelo tradicional. Possui esse nome em homenagem a Benjamin Franklin, o pai da eletricidade e criador dos para-raios.
Ele empinou uma pipa conectada a um fio metálico e constatou que as cargas elétricas formadas pelas nuvens percorriam o fio.
Assim, tempo depois, propôs que hastes metálicas que fossem conectadas ao solo próximo de construções, poderiam evitar danos causados por descargas elétricas. Fez-se o primeiro para-raios.
Adaptado pelos anos, hoje o para-raios de Franklin é composto por uma haste metálica com pontas e um fio condutor, que vai da antena até o solo e é isolado para que não entre em contato com nenhum material da edificação.
A probabilidade de atração de uma descarga elétrica pelo para-raio de Franklin é 90%.
Para-raios de Melsens (ou Gaiola de Faraday)
A finalidade do para-raio de Melsens é a mesma do para-raios de Franklin, mas usa do princípio da Gaiola de Faraday, ou seja, toda a edificação é envolvida por uma estrutura metálica, uma malha de fios, que se concentra no ponto mais alto da construção.
Essa malha é dividida em módulos e faz conexão com o solo por cabos de descida. Na malha, a energia é dissipada pelas hastes de aterramento.
O para-raio de Melsens é indicado para construções de maior porte e de porte industrial, sendo necessário o acompanhamento de um engenheiro no seu projeto.
Para-raios radioativo
Não é mais permitido usar no Brasil este tipo de para-raios, bastante comum nas décadas de 70 e 80.
Quando acreditava-se na eficácia desse tipo de para-raios, eles podiam ser diferenciados dos modelos mais populares por não possuírem hastes, mas sim discos sobrepostos.
Ele contava, em sua fabricação, com uma fonte radioativa, do chamado radioisótopo Amerício-241, que emitia radiação alfa e gama.
Foi suspenso seu uso pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) por não possuir eficácia comprovada.
Como funcionam os para-raios, afinal?
As descargas elétricas advindas da atmosfera possuem uma corrente muito intensa, até mil vezes mais potente do que a tensão normal das moradias, e para que não haja grandes riscos de danos como derretimento de placas metálicas e até danos permanentes na estrutura de edificações, fora explosão de eletrodomésticos, maquinários, risco de choque e acidentes fatais com pessoas e animais, é necessário um “caminho alternativo” para a passagem da corrente.
É assim que funciona o para-raios, usando metais condutores de baixa resistência, como o aço, o alumínio e o cobre para proporcionar o caminho até o solo, com o menor risco de dano estrutural, material e contra a vida.
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